O anúncio do novo Steam Machine recolocou a Valve no centro das discussões sobre hardware para jogos, especialmente por chegar em um momento em que a Microsoft ainda mantém segredo sobre seu próximo Xbox. A mensagem pública de Phil Spencer, elogiando o dispositivo e o papel das plataformas abertas, chamou atenção justamente por evitar qualquer detalhe concreto sobre o futuro da linha Xbox.
Ao mesmo tempo, o retorno do Steam Machine acontece em um cenário em que os jogadores já estão acostumados a portáteis, PCs compactos e consoles com visual de “caixa de mídia” para a sala de estar. A ideia de um PC pronto para uso, com SteamOS integrado e foco total na biblioteca da plataforma, reforça a força do ecossistema Steam como ponto de partida para essa nova fase.
A Valve evita falar em concorrência direta com consoles, mas o fato de o Steam Machine chegar antes do próximo Xbox cria um contraste inevitável. A sensação é de que a empresa apenas seguiu sua própria visão de PC gamer para a sala, enquanto a Microsoft ainda prepara sua resposta para esse novo formato híbrido de hardware.
O que esperar do próximo Xbox
Rumores indicam que o próximo Xbox deve abraçar de vez a lógica de híbrido entre console e PC, permitindo acesso direto ao Windows e, com isso, a lojas como Steam e aplicativos de outras empresas. Na prática, isso abriria a porta para rodar jogos de PlayStation lançados no PC, além de experiências clássicas de mouse e teclado em launchers como Battle.net e Riot.
Declarações de Satya Nadella e Sarah Bond caminham na mesma direção: a Microsoft quer uma plataforma de jogos que acompanhe o jogador em diferentes dispositivos, sem ficar presa a um único console. A ideia de um hardware premium, mais próximo de um PC gamer pronto para uso, encaixa com essa estratégia e ajuda a explicar o foco em produtos como o ROG Ally X.
A disputa entre Valve, Microsoft e Sony
Enquanto isso, a Valve insiste que o Steam Machine é apenas mais uma opção dentro do universo de PCs gamers, e não um console disfarçado. Mesmo assim, um PC compacto, com preço competitivo e voltado para a sala de estar, inevitavelmente entra no radar de quem pensa em comprar um novo console ou atualizar o setup.
Do outro lado, a Sony trabalha em um PS6 que, ao menos por enquanto, parece seguir a fórmula tradicional de console: foco em exclusivos, experiência fechada e ciclos de geração bem definidos. Se o próximo Xbox realmente abraçar um modelo híbrido, as duas empresas podem acabar mirando públicos diferentes, o que muda a dinâmica da rivalidade.
Com o Steam Machine voltando ao mercado, a próxima geração deixa de ser apenas Xbox contra PlayStation. O jogador passa a encarar três abordagens distintas: o PC acessível e aberto da Valve, o console tradicional da Sony e o possível híbrido da Microsoft. É essa combinação que pode tornar a disputa mais imprevisível e interessante do que nunca.